Escolher o profissional certo evita dores de cabeça, economiza tempo e dinheiro — e aumenta muito suas chances de um bom desfecho. Siga estes passos práticos.

1) Defina seu problema e o objetivo

Antes de procurar:

Área do caso: família, trabalhista, cível/consumidor, penal, empresarial, imobiliário, tributário, previdenciário, digital etc.
Objetivo: acordo rápido? medida urgente? tese de longo prazo?
Urgência e provas: liste fatos, datas, documentos e mensagens.

2) Verifique credenciais (não pule!)

Inscrição na OAB: confira o número e a situação no site da OAB do seu estado.
Especialização real: atuação frequente naquela área, pós-graduação/mestrado, artigos e casos semelhantes.
Foro e prática local: quem já atua no seu tribunal entende prazos e rotinas.

3) Analise experiência e reputação

Casos parecidos: peça exemplos (sem violar sigilo) e a abordagem usada.
Referências/indicações: de clientes, contadores, outros advogados.
Conduta ética: desconfie de quem promete resultado garantido.

4) Avalie a comunicação na primeira consulta

Preste atenção se o profissional explica com clareza (sem “juridiquês”) e alinha expectativas.
Mapeia caminhos: acordo, mediação, arbitragem ou processo — com prós/contras.
Dá previsibilidade: como e quando vai te atualizar; prazos típicos.

5) Estratégia, riscos e provas

Peça um esboço de estratégia contendo:

Tese principal e alternativa (plano B).
Riscos e custos prováveis (perícias, custas, deslocamentos).
Checklist de documentos que você precisa reunir.

6) Honorários e contrato transparente

No Brasil, é obrigatório contrato de honorários. Ele deve prever:

Modelo de cobrança: por hora, por ato, mensalidade, pacote e/ou êxito (quando cabível).
Escopo e entregáveis: o que está incluso e o que é extra.
Despesas reembolsáveis: perícia, diligência, custas.
Atualização, forma de pagamento, rescisão, confidencialidade (LGPD).

Cuidado com preços muito abaixo da tabela da OAB — pode indicar falta de estrutura ou problemas de qualidade.

7) Disponibilidade e estrutura

Quem tocará o caso? O próprio advogado, sócios ou equipe júnior?
Ferramentas: assinatura digital, PJe, organização de prazos.
Tempo de resposta: combine um SLA de comunicação (ex.: respostas em até 24–48h úteis).

8) Conflitos de interesse

Confirme por escrito que o escritório não representa (nem representou recentemente) a parte contrária ou partes com interesses colidentes.

9) Sinais de alerta (fuja!)

“Vitória garantida” ou promessas de resultado.
Falta de contrato de honorários e de recibos/notas.
Sumiços, atrasos constantes e zero transparência de custos.
Sugestões antiéticas (ex.: “dar um jeitinho” com provas).

10) Checklist para sua primeira reunião

Leve: Linha do tempo dos fatos (datas-chave).
Documentos: contratos, e-mails, mensagens, decisões, notas, fotos.

Perguntas-chave:
Quais caminhos temos e qual você recomenda?
Riscos e custos estimados (melhor/normal/pior cenário)?
Prazos típicos e chances de acordo?
Quem cuidará do caso e como serei atualizado?
Honorários, despesas e formas de pagamento?

Resumo em uma frase

Bom advogado = técnica na área + ética + comunicação clara + contrato transparente.
Escolha quem te dá confiança e previsibilidade — e registre tudo por escrito.