Nossa história começou em 17 de agosto de 1937, com a fundação do Campo de Multiplicação de Sementes em Júlio de Castilhos, juntamente com os campos de Vacaria e Dom Pedrito, ligados à Inspetoria do Trigo, da Secção de Assistência e Defesa, Diretoria da Agricultura, na Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio.

Na década de 40, este Campo de Multiplicação de Sementes trabalhou com trigo, linho, aveia, amendoim, arroz, milho, mandioca, feijão, girassol, batata e soja; o serviço de assistência e fomento distribuiu mudas de essências florestais, ornamentais e frutíferas, para diversos agricultores e estabelecimentos oficiais. Em especial com as culturas do linho oleaginoso e milho, foram realizados importantes experimentos com variedades provenientes de São Paulo, Paraná e Estados Unidos, até a década de 60.
Mas foram os trabalhos experimentais com trigo que colocaram o Campo de Multiplicação na condição dos estabelecimentos nacionais de pesquisa, passando a ser a “Estação Experimental de Júlio de Castilhos” em 1º de Janeiro de 1947.

A partir da década de 60 a pesquisa com melhoramento com trigo e soja foram impulsionados e a Estação foi escolhida para ser a base física do “Programa Acelerado de Melhoramento do Trigo” (PAT), recebendo recursos do Plano do Trigo e do Acordo Soja firmado com o INSTISOJA. Foram instalados ensaios de melhoramento de trigo e soja na Estação Experimental de Júlio de Castilhos, com variedades e populações híbridas, seleção de linhagens, hibridações artificiais e purificação varietal e multiplicação de sementes genéticas e básicas.

Na década de 70 em diante, a Estação passou a se constituir na principal base física de pesquisa de soja do RS, com lançamento de várias cultivares adaptadas à região Sul do BR, sendo que a cultivar FEPAGRO-RS 10 permaneceu com cerca de 70% da área plantada no Estado do RS, liderando por cerca de uma década em área plantada, desde o ano de seu lançamento em 1995.

Com a modernização da Agricultura, a preocupação crescente com a manutenção da qualidade da água e do solo além da potencialização dos sistemas de cultivo em grandes culturas e Agricultura Familiar, atualmente o Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Sementes – CESEM desenvolve suas pesquisas nessas áreas de atuação, integrando sistemas agrícolas, culturas e pecuária, validando tecnologias que fomentem o desenvolvimento e fortalecimento do agronegócio Gaúcho. Preocupado também com a formação de recursos humanos capacitados, desenvolve projetos e parceria com Instituições Públicas e Público-privadas que vão desde a formação e aperfeiçoamento de profissionais e técnicas de produção agrícola.

O projeto em parceria com a Cooperativa Agrícola de Júlio de Castilhos (Cotrijuc) permitiu a consolidação de um Centro de Referência em Tecnologia Agrícola, desenvolvido de forma permanente no Campo Tecnológico da área experimental do centro de pesquisa, através da execução do Projeto integrado de pesquisa, difusão de tecnologias e produção na Região Centro do RS”.
Quantas histórias de vida já foram aqui construídas (…).
Chegamos hoje no momento em que esta história completa seus 88 anos, suas “Bodas de Pera”, simbolizados pela resistência, delicadeza e longevidade.

A pereira (Pyrus ssp.) é a árvore símbolo da longevidade e, por atravessarem vários ciclos durante seu desenvolvimento, tornam-se resistentes. Assim como deve ser na pesquisa, a delicadeza da pera está associada à necessidade constante de cuidado, garantindo resultados representativos. A força da pera é remetida à sua longevidade… à sua resistência. Troca suas folhas, mas não troca suas raízes.
A nossa raiz, nossa história é nossa essência.
Liege Camargo da Costa
Pesquisadora IV – Melhoramento de plantas
DDPA/CESEM
Júlio de Castilhos, RS.

Fonte: www.alcir61.net